[wpml_language_selector_widget]

Socorro Acioli relembra trajetória literária em debate bem humorado

 

Na Casa Flipeira, Socorro Acioli preencheu o Papo Flipeiro com muitas histórias de escrita, relatos de assombração e spoilers do novo livro que está em produção. A mediação foi guiada pela educadora Day Silva. 

 

A mesa teve início com a apresentação do novo espaço e das atividades realizadas na rede pública de ensino de Paraty, cujo objetivo é mobilizar a literatura no território. “Fico muito feliz com esse trabalho nas escolas públicas”, festejou a autora de ‘Tudo que existe é palavra’, livro infantojuvenil lançado em 2023 pela editora Pera Book. 

 

Com humor, uma das marcas da autora, Socorro compartilhou com o público muitas memórias da trajetória literária. Dentre elas, a noite que dormiu no quarto onde morreu o escritor Guimarães Rosa e o pagamento em chocolate recebido dos colegas de escola após escrever as redações de cada um. “Depois que fui descobrir que era falsidade ideológica e crime”, disse.

 

A literatura feita por Monteiro Lobato, tema de uma das pesquisas feita pela convidada, foi trazida para o debate pela mediadora.

 

Rebuscando o homenageado João do Rio, Acioli repetiu a máxima de que para compreender alguns escritores é preciso entender, sobretudo, o tempo de atuação dele. “A Emília foi porta-voz, na obra infantil, do racismo e do preconceito de Monteiro Lobato”, destacou fazendo menção ao livro biográfico da personagem publicado em 2014.

 

A plateia quis saber, ainda, como é o processo de escrita de uma autora que escreve variados gêneros literários, passando pelos romances, contos e infantis. Para ela, não há um ritmo cotidiano, pelo contrário, para escrever com mais fluidez é preciso viajar e sair de casa.

 

Os afazeres domésticos, disse em tom crítico, é um dos motivos pelo qual não consegue manter a produção similar a da maioria dos escritores masculinos.

 

Sobre o novo livro, ainda no forno, a autora foi muito objetiva: o protagonista é um menino orfão de nove anos. Em linhas gerais, ele vai juntar dinheiro para comprar uma mãe. “Falei demais só porque gostei de você”, concluiu olhando para a interlocutora.

 

Texto e fotografia: Matheus Ruffino

Compartilhe esta notícia: