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Música e Jongo do Campinho emocionam público no último dia da Flipinha

A programação da Flipinha no domingo, 26, promoveu encontros sensíveis com música e homenagens à Mestra Laura Santos, liderança do Quilombo do Campinho que nos deixou em outubro. Seu legado foi reverenciado no encerramento com a roda de jongo no Largo de Santa Rita e a presença do Grupo de Jongo do Quilombo do Campinho da Independência, de Paraty. O canto entoado por diferentes gerações emocionou as centenas de pessoas que acompanharam a apresentação no cair da tarde.

A mestra Ana Cláudia Martins abriu a roda explicando que este é jongo de convite, por isso quem entra na dança escolhe a parceria dos passos ao centro. Todo mundo teve vez para jongar! Os aplausos à Mestra Benedita Martins, que assistia de pertinho, se juntaram à ovação pela memória de Mestra Laura.

Roda de conversa

No início da tarde, a plateia lotada do Auditório da Santa Rita acompanhou o encontro de Fernanda Takai,  Vana Campos e Daniel Kondo na roda de conversa ‘abrir janelaS’. A emoção ficou latente enquanto ouvíamos o single gravado por Fernanda para “Um Ponto, Tantos Pontos” (Editora Cachecol), e muita gente chorou ao ouvir a cantora atender a um pedido do público e cantar algumas estrofes à capela.

Daniel aproveitou a deixa para mediar a leitura do livro em destaque, e a cada página público era lançado para um ponto diferente ou um novo olhar sobre o ponto. O livro apresenta algumas surpresas que complementam a experiência: por exemplo, ao apontar o QR code para o celular é possível acessar o clipe da música. Os desenhos e o design gráfico também viram divertidas brincadeiras, pois os furos nas páginas do livro podem ser transformados com luz e sombras, ou aonde a imaginação nos levar…

Vana citou o escritor Eduardo Galeano para contar sobre o processo criativo dessa obra. Ele diz que somos “seres sentepensantes”, e a partir desse ponto de vista nasceu o texto. “Eu queria fazer um texto que fosse filosófico. Eu queria que fosse algo emocional. Comecei a ver pontos na minha pele, no céu estrelado, e achei que seria interessante imaginar a perspectiva do ponto”.

O projeto gráfico veio de maneira orgânica. “A resolução poética e o livro como objeto é uma tecnologia que oferece uma possibilidade interativa. No miolo há um furo que estrutura cada ilustração, atravessa todas as páginas do livro”, explicou Daniel. Daí para a canção foi um pulo – ou um ponto! “A música foi acontecendo de maneira muito natural, e isso é raro. Foi um processo quase mágico, porque o encontro de nós três foi tão complementar, talvez porque sempre pairava a vontade de criarmos juntos”, declarou Fernanda.

A mediadora Karol Minardes acompanhou a irmã Karen Mainardes no palco, e ressaltou o quanto o trio foi talentoso na construção das metáforas visuais. “A maior parte dos livros surge das observações do que acontece perto da gente. O exercício da observação do cotidiano é potente, e quanto mais simples, maior teremos conexão com as pessoas”, concluiu Fernanda.

Foto: Gustavo David (@photosbygu)

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