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Mestres de Paraty dividem o palco com Gustavo Cerqueira e Luiz Antônio Simas

 

A mesa literária ‘Sobrevoando Fronteiras’ reuniu o público no sábado, 12, na Central Flipinha, para uma conversa com o professor e escritor Luiz Antônio Simas e Gustavo Cerqueira, mediada por Max Medeiros e Julia Schmidt. Os autores comentaram sobre suas obras que foram destaque na curadoria participativa do Educativo Flip e sobre o valor da oralidade.

 

Gustavo quebrou os protocolos convidando ao palco os mestres paratienses Angeli Albino do Nascimento, Benedita da Silva Martins e Aldo de Bulhões Lara, o Pardinho. “Esse processo é fundamental para que eles se vejam como protagonistas da história dessa cidade”, justificou.

 

Dialogando, especialmente, com as crianças, Simas relatou a história por trás de seu livro ‘O cavaleiro da lua’, obra escrita em cordel que narra a história de um garoto devoto de São Jorge. O autor instigou os pequenos: “Como São Jorge fica na lua minguante, que é um fiapo de lua no céu? Ele fica apertadíssimo.”, brincou. E teceu o argumento que costurou toda a conversa: “As culturas de oralidade são importantes. É por isso que São Jorge mora na lua, por causa da oralidade”, concluiu.

 

As biografias afetivas de mestres e mestras do território de Paraty na obra ‘Às Margens da Independência: narrativas dos filhos e filhas deste solo’, de Gustavo Cerqueira, foi celebrada pelo público com a presença de muitos paratienses.

 

Gustavo ponderou sobre a urgência de desmistificar uma história única de país e perpetuar a memória viva dos povos tradicionais, afetados por ações e violências como a construção da rodovia Rio-Santos (BR 101), que reconfigurou o território. Também manifestou a alegria de pensar ‘futuros desejáveis’ através dos conhecimentos e tecnologias sociais dos mestres.

 

‘Às Margens da Independência’ foi construído e disponibilizado para as escolas e bibliotecas públicas municipais através de um edital cultural. “Eu tinha o sonho de ir para a escola falar dos nossos saberes, mas agora eu estou feliz porque o livro vai”, disse mestre Pardinho.

 

Texto: Tayná Pádua

Fotografia: Gabriel Tye

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