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Livro e rede social pautam mesa com Everson Bertucci e Socorro Acioli

 

A vida é feita de palavras? A pergunta foi feita para o público no início e no fim da mesa que leva o mesmo nome e que reuniu pais, mães, educadores e crianças na tarde desta sexta-feira, na Central Flipinha, para assistir os autores Everson Bertucci e Socorro Acioli, com mediação de Claudia Ribeiro e Lorranye Alves.

 

Everson iniciou o papo contando que “as palavras o guiam”, enquanto Socorro associou a palavra ao seu próprio nome, como originária de tudo. “Quando eu era criança, me causava uma série de incômodos e estranhamentos, então eu passei a prestar atenção, acho que é a palavra que coloca a gente no mundo. Depois vem a leitura, a psicanálise, a relação com as pessoas. O tempo todo. Quem mais se dá conta disso são as crianças e os escritores, e quando nos damos conta, a vida muda de perspectiva”.

 

Na mediação desta mesa, Claudia Ribeiro e Lorranye Alves participaram ativamente da conversa, contando também suas experiências e trajetórias, e abrindo a pergunta para os convidados: quais palavras são urgentes para 2024? Tempo e revolução foram as palavras escolhidas por Socorro e Everson, consecutivamente. 

 

Sobre o uso de telas e a busca pela atenção das crianças atualmente, ambos concordaram que a tecnologia existe e deve ser usada a favor da literatura e não demonizada. “Algo na concentração e na memória das pessoas, em geral, mudou depois da pandemia. Mas eu tenho mais esperança do que desesperança em relação a jovens e crianças. Acho que eles usam também para procurar na internet sobre livros, o que é um grande facilitador em relação à minha época”, disse Socorro.

 

E completou: “Quem está promovendo uma mudança a favor dos livros são as redes sociais. Tento enxergar pelo lado de que o celular funciona como uma ponte para o livro”.

 

Everson concordou e complementou: “É um aliado, mas precisa ser cuidado, não dá pra deixar a tela predominar, porque a brincadeira, o jogo e o próprio livro precisam estar juntos.” 

 

Em grande estilo, a conversa terminou com o autor lendo um trecho do livro ‘Tudo que existe é palavra’, da Socorro Acioli, que diz muito sobre o tema e a sensação que ficou no ar para os presentes: “O que eu sei é que as palavras de que mais gosto são: beijo, abraço, olhar, carinho, saudade, mar, mão, presente, bilhete, poesia. Agora eu entendo os poetas e cada vez mais tenho certeza de que Deus é um grande escritor”.

 

Texto: Juliana Gola

Fotografia: Gabriel Tye

 

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