A FlipZona é a plataforma jovem da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty e oferece experiências colaborativas e criativas com o uso das mídias digitais para jovens do município e arredores. A iniciativa compõe o Programa Educativo Flip, um dos pilares fundamentais da Festa, com compromisso firmado com crianças, adolescentes e jovens. Este ano, dois flipzoneiros foram contratados para atuar na comunicação das ações permanentes do Educativo Flip no território.
Vitória Castro de Mello, 23, foi convidada para trabalhar nas escolas públicas municipais acompanhando mediações de leitura, caso da “Sementeira de leitura” e do “Sementes na Escola”, além de ajudar na divulgação dos eventos da Casa Flipeira, espaço cultural do Educativo Flip realizado em parceria com a Secretaria de Educação de Paraty. Adam Serpa Corrêa Ferreira, 20 anos, atuou na documentação em fotografia e vídeo das ‘Sementes’ no atendimento ao público e na Flipeira Itinerante. Ambos produziram conteúdos para as redes sociais, aprimorando na prática seus conhecimentos.
Os jovens tiveram a orientação da jornalista Débora Nobre Monteiro, Coordenadora de Comunicação do Educativo Flip, que vê na contratação uma oportunidade de profissionalização e uma continuidade para as ações educativas da FlipZona. “Quando chegamos ao mercado de trabalho como profissionais temos a sensação de que não há mais chance de investir o nosso tempo em pesquisa, porque temos que estar muito focados na entrega dos produtos. Eu percebi que a contratação da Vitória e do Adam oportunizou que eles continuem a investigação e o estudo do audiovisual, da comunicação, do jornalismo, da fotografia e da construção de narrativas”, disse. Com o sucesso desse formato de contratação, ela espera que a diretriz se mantenha. “Percebi nas nossas conversas que a experiência foi uma possibilidade de colocar em ação os sonhos e aprimorar talentos de cada um”.
Concebida pela Flip em 2009, a FlipZona colabora com o desenvolvimento da visão crítica dos jovens sobre os meios de comunicação e mídias digitais. É realizada em parceria com o Instituto Asas Comunicação Educativa, organização social de interesse público que atua há 15 anos no campo de Educação Midiática e Informacional.
“É hora de dar espaços às juventudes, aprender com eles. Quando se fala de mídia, a juventude está saindo da caixinha, experimentando coisas diferentes”, afirma Lúcia Caetano, Diretora do Instituto Asas e Coordenadora da Flipzona desde 2017.
Lúcia ressalta o trabalho colaborativo realizado na FlipZona, feito junto com jovens. “Eu não faria a Flipzona que está aí se não fosse ouvindo os jovens. Eu não conseguiria chegar ao que temos chegado em termos de experimentações, novidades e outros olhares. Eles são mais autores da FlipZona do que se apercebem”, conclui.
FlipZoneiro
Sobre a experiência de trabalho no Educativo Flip, Adam Serpa relata sua mudança de perspectiva e autoconfiança. “Eu não sabia que eu era capaz, mas é outra coisa trabalhar e ser elogiado. Isso me trouxe uma visão de que eu posso seguir nessa área, apesar de não ser meu foco agora”, conta Adam, que está iniciando o curso de Engenharia Florestal na Universidade Federal de Minas Gerais.
Inspirado pelo que viu e vivenciou nas ações educativas que acompanhou, em especial durante as ações da Flipeira Itinerante (programação idealizada pela equipe de mediadoras “Sementes” durante o período de férias escolares em julho de 2024), Adam escreveu um poema:
É incrível o transformar
de uma palavra em um sorriso
Um poema contado a distância
mas que mesmo assim
se escuta bem no pé do ouvido
Uma história, uma música, um conto
uma união de sentimentos vivida num único encontro
Vi gerações contarem histórias
mesmo dizendo não se lembrar das memórias
O vento que leva embora os medos
assim como uma pipa avoada
voando para longe de tudo e qualquer desespero
trazendo então a esperança.
Adam Serpa Correa Ferreira
FlipZoneira
A fotógrafa Vitória, moradora do bairro Corisco, conta que gosta de fotografia desde criança e conheceu a FlipZona quando estudava no Colégio CEMBRA (instituição pública estadual localizada na região central de Paraty) . “Eu vi umas meninas com o colete da FlipZona e eu não sabia o que era”, lembra Vitória. Em 2019 ela participou pela primeira vez do Jovem Repórter, projeto da FlipZona, e de lá para cá tem participado de outros cursos em audiovisual. Além do trabalho na comunicação do Educativo Flip neste ano, Vitória oferece serviço de fotografia para eventos particulares, foi novamente “jovem repórter” durante a Flip em outubro e está decidida a cursar graduação em audiovisual.
Texto: Tayná Pádua
Fotografia: Gabriel Tye
Adam Serpa Corrêa Ferreira
Vivi nos últimos 7 anos em Paraty/RJ, onde me interessei por temas artísticos, culturais e ambientais. Fui integrante do Conecte-se, coletivo audiovisual local, e sou membro da Orquestra Sinfônica de Paraty (OSP) e do coletivo AMA, voltado para a defesa ambiental. Atualmente, curso Engenharia Florestal na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), unindo meu interesse pela arte e pelo meio ambiente em minha trajetória acadêmica e profissional.
Vitória Castro de Mello
Eu sou uma garota apaixonada pelo universo audiovisual, e por essa razão eu escolhi ser Jovem Repórter na Flip. Mas isso foi como pular de paraquedas, porque eu não conhecia o coletivo, fui na curiosidade, e hoje sou completamente apaixonada pelo coletivo. Já faço parte da FlipZona há cinco anos!