quem somos

A Flip é uma experiência de apropriação da cidade, sendo os cincos dias de festa apenas a manifestação mais evidente de um trabalho da Associação Casa Azul de enraizamento no território, que se estende pelos outros 360 dias do ano.

Precursora das festas literárias no Brasil, a Flip já inspirou mais de 300 iniciativas análogas pelo país. Permanece única, porém, por inovar a cada edição, celebrar a diversidade e fazer de sua cidade-sede muito mais do que um cenário. Paraty foi e permanece como um importante e decisivo personagem dessa história que chega a sua 23ª edição, mas que começou ainda muito antes da primeira festa, ocorrida em 2003.

Seria ainda nos anos 1990 que um encontro entre Mauro Munhoz – atual diretor artístico da Flip – e o navegador Amyr Klink jogou luz sobre uma grande questão social e urbanística da cidade. Longe do centro histórico, os bairros periféricos haviam perdido sua relação com a água dos rios, que passaram a ser canalizados ou retificados. Surgiu assim um projeto de Munhoz, que é também arquiteto, de requalificação urbana a partir dos espaços públicos que ficavam na borda d’água. Mas como colocar em prática essas ideias?

O plano cultural poderia ser um caminho. A partir de um convite de Liz Calder, Munhoz foi conhecer o festival literário de Hay-on-Wye, uma cidadezinha de 5 mil habitantes no País de Gales. E desse caldeirão de ideias e experiências, aos quais se juntaram as contribuições de Luis Baum, Luiz Schwarcz e Belita Cermellli, surgiu a proposta de uma festa literária. Assim como no Hay Festival, na histórica Paraty as iniciativas de valorização cultural foram pensadas para ultrapassar a celebração dos livros, incorporando reflexões sociais, históricas e políticas e perpassando uma afirmação da cultura caiçara. Do encontro entre as ideias literárias e uma cidade vivida em suas singularidades, emergem propostas para o território.

Reconhecida hoje como patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro, a Festa Literária Internacional de Paraty apresenta há 22 anos novas possibilidades de ocupação dos espaços públicos. Seu impacto, contudo, vai além da cultura e educação: a Flip é também um importante gerador de riquezas para o município. Um estudo formulado pela FGV – Fundação Getúlio Vargas prevê que anualmente a festa seja responsável pela criação de mais de 1.300 empregos diretos e injete R$ 49,6 milhões na economia local.

prêmios

Ao longo de mais de duas décadas, a Flip consolidou-se como uma das mais relevantes manifestações culturais do país. Esse reconhecimento não se mede apenas pelo público que nos acompanha a cada ano, mas também pelos prêmios e distinções recebidos — reflexos de um trabalho comprometido com a literatura, a diversidade e o território.

Em 2011, fomos contemplados com o Prêmio APCA na categoria Urbanidade, que reconheceu nosso papel na valorização do espaço urbano como ambiente de convivência e reflexão. Em 2021, a Flip foi reconhecida como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro, e, no ano seguinte, como Patrimônio Cultural e Imaterial da Cidade de Paraty, reafirmando os laços profundos entre a Festa e a cidade que a abriga.

Mais recentemente, em 2023, a Flip recebeu o Prêmio Faz Diferença, concedido pelo jornal O Globo, na categoria Livros, celebrando nossa contribuição para o cenário literário brasileiro e para a construção de uma programação plural, sensível e transformadora.

Esses reconhecimentos não são ponto de chegada, mas estímulo para continuar. Porque, para nós, fazer literatura é também ouvir, transformar e permanecer abertos ao novo.

esg

A Flip consolida seu papel como agente transformador ao integrar diretrizes de ESG (Meio Ambiente, Social e Governança) em todas as suas ações. Com iniciativas concretas e enraizadas no território, a festa reafirma seu compromisso com a sustentabilidade, a acessibilidade e o desenvolvimento comunitário.

meio ambiente

A responsabilidade ambiental se traduz em ações práticas e permanentes. Em 2024, a FLIP realizou uma operação de coleta seletiva em parceria com a Cooperativa de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis de Paraty, o Instituto Colibri, a CCR e Casas Parceiras. Com o apoio de um carrinho elétrico, foram recolhidas quase 2,5 toneladas de resíduos recicláveis no centro histórico durante os cinco dias de evento.

compromisso social

Atuamos como ponte entre o universo literário e as diversas comunidades de Paraty. Em 2024, o transporte gratuito para moradores de 19 comunidades — por meio de seis rotas (quatro terrestres e duas aquáticas) — garantiu o acesso democrático à programação da festa.

A política de ingressos também reflete esse compromisso: em cada mesa do Auditório da Matriz, 10% dos ingressos são distribuídos gratuitamente e 20% vendidos a preços populares, com prioridade para os cidadãos paratienses. No Auditório da Praça, toda a programação é transmitida ao vivo gratuitamente, com estrutura para acolher mais de 500 pessoas sentadas.

Além disso, a programação é amplamente difundida por transmissões ao vivo pelo YouTube da Flip e pelo canal de TV Arte1, ampliando o alcance para todo o país

acessibilidade e inclusão

A Flip é referência em acessibilidade comunicacional e arquitetônica. Todas as mesas literárias contam com interpretação em Libras, audiodescrição e tradução simultânea. Os espaços foram adaptados com rampas, passarelas, piso e mapa tátil, além de sanitários acessíveis, assentos reservados e prioridade de atendimento para pessoas com deficiência (PcD), assegurando autonomia e conforto.

governança e engajamento comunitário

As práticas da Flip são construídas em diálogo com o território. A Festa busca integrar sua atuação às demandas e iniciativas das comunidades locais, promovendo formação de leitores e educadores, além de manter um processo constante de escuta e troca com os diversos públicos de Paraty.

Opções de acessibilidade