
processo curatorial 2025
Em 2025, a Flipinha inaugura um novo modelo de curadoria, reafirmando o compromisso da Flip com a criação coletiva, a diversidade e o protagonismo de quem escreve para as infâncias. Pela primeira vez, autores e autoras foram convidados a compor o Conselho Curatorial da Flipinha, contribuindo com suas trajetórias e visões para a construção de uma programação literária plural, sensível e conectada com os desafios do nosso tempo.
A partir do tema norteador do ano, Planeta Vivo, o conselho — coordenado por Luis Filipe Pôrto e composto por André Gravatá, Daniel Kondo, Geni Nuñez, Julia Medeiros, Nina Rizzi e Waldete Tristão — teve como missão imaginar uma Flipinha que inspirasse crianças a refletir sobre as relações entre humanos e natureza, mudanças climáticas, sustentabilidade e formas coletivas de viver. Tudo isso sem abrir mão do encantamento, da poesia e da escuta ativa que marcam os encontros da Flip.
Mais do que selecionar nomes, o processo foi pensado como uma construção em camadas, que valorizasse o diálogo entre saberes, experiências e territórios. As etapas foram:
- Formação do Conselho Curatorial, com autores e autoras convidados(as) pelo Educativo Flip;
- Indicação de nomes por cada curador(a), acompanhadas de justificativas e sugestões de obras;
- Seleção final dos autores convidados para a Flipinha, feita pela equipe do Educativo, a partir dos critérios de diversidade temática, representatividade e conexão com o tema do ano;
- Sugestões de mediação: cada curador/a colaborou com propostas de como os livros e autores indicados poderiam ser trabalhados em contextos educativos — como escolas, bibliotecas e espaços de leitura;
- Reuniões e escutas coletivas, culminando na elaboração da programação literária da Flipinha.
Com esse novo formato, buscamos fortalecer o papel da literatura como ferramenta de transformação, apostando na imaginação como ponte entre o presente e os futuros possíveis. E, ao colocar os escritores no centro desse processo, também reafirmamos o valor da escuta e da criação compartilhada — princípios que norteiam toda a atuação do Educativo Flip.
Já para a FlipZona, pela primeira vez, o Educativo Flip realizou uma campanha para ouvir os estudantes de Paraty, a partir da pergunta: Qual é o (a) escritor (a) que tem a cara da sua geração?
Com o resultado incorporado à organização, se dará a programação!
conselho curatorial
André Gravata

André Gravatá é poeta e educador. Escreveu os livros Converseiro da natureza, O jogo de ler o mundo, O pulo da carpa, O aniversário da terra, entre outros. Na busca por experimentar outras formas de inventar poesia, tem criado uma série de poemas-bandeiras em tecido. Com o coletivo Educação, dedicou-se a uma jornada por espaços de aprendizagem em diversos países, que culminou na escrita do livro Volta ao mundo em 13 escolas. Recebeu o Prêmio Educador Inventor, concedido pela Associação Cidade Escola Aprendiz.
Daniel Kondo

Daniel Kondo é gaúcho de Passo Fundo, mas sua arte não tem fronteiras — só emoção. Ilustrador, designer e autor premiado, já fez releituras gráficas da obra de Djavan, Gilberto Gil e Lulu Santos até um lobo mau com dor de dente. Ganhou Jabuti, selos da FNLIJ e menções em Bolonha. Vive em Punta del Este, mas habita mesmo é nas bibliotecas das crianças. Quando fecha um livro, abre um mundo.
Geni Nuñez

Geni Núñez é ativista indígena guarani, escritora e psicóloga. Tem pós-doutorado no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP). É doutora no Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina (PPGICH/UFSC). É membro da Comissão de Direitos Humanos (CDH), do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e da Articulação Brasileira de Indígenas Psicólogos/as (Abipsi). É coassistente da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY). É autora dos livros Descolonizando Afetos (2023), Jaxy Jaterê (2023) e Felizes por enquanto (2024).
Julia Medeiros

JÚLIA MEDEIROS é atriz, escritora, dramaturga, roteirista, compositora, mediadora, curadora e produtora cultural. Seu primeiro livro, “A Avó Amarela” (ôZé, 2018) foi vencedor dos prêmios Jabuti 2019; FNLIJ – Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil; catálogo “White Ravens” – Biblioteca Internacional da Juventude, Munique; Catálogo Emília e “30 Melhores Livros do Ano” – Revista Crescer. Por 16 anos, integrou o Grupo Ponto de Partida – companhia de teatro com 44 anos de trajetória – onde atuou também no coro Meninos de Araçuaí e na Bituca: Universidade de Música Popular. Formou-se ou trabalhou com artistas como Milton Nascimento, Marlui Miranda, Grupo Pau Brasil, Suely Machado, Regina Bertola. Fez cursos de formação em escrita com Noemi Jaffe, Eucanaã Ferraz, Flávio Cafiero e Bráulio Tavares e em dramaturgia com Marcio Abreu e Sergio Blanco (Uruguay/França). Seus dois últimos livros, “Temporina” e “Zalém e Calunga” (ÔZé/Ponto de Partida; 2022/2023) são adaptações de obras dramatúrgicas também assinadas por ela. Atualmente, está montando seu novo espetáculo, “Laboratório da Saudade”.
Como autora e contadora de histórias fez participações na FLIP, LER, Salão FNILIJ, FLITI, FLI BH, SESC SP, SESC Rondonópolis, Casa Fiat de Cultura, Memorial Minas Gerais, entre outros.
Como mediadora, fez interlocuções de mesas com nomes como Mia Couto, Maria Esther Maciel, Noemi Jaffe, Tatiana Salem Levy, Daniela Arbex, Roger Melo, Leo Cunha, Anna Muylaert, Lô Politi, Branca Viana, Lido Loschi, Marcos Ramos, Suely Machado, Isabel Cassimira, Marcela Cantuária, Raquel Barreto, Gê Vianna, Ave Terena, Renata Carvalho, Renata Felinto, Karoline Maria, Zula Companhia de Teatro, Dona Liça Paxoop e Ricardo Cardim.
No teatro, atuou em praticamente todos os estados brasileiros, na Europa e América do Sul, apresentando-se em teatros como Auditório Ibirapuera, Alfa e SESC São Paulo; Castro Alves; Palácio das Artes; Theatro São Pedro; Santa Izabel; El Galpón, em Montevideo; entre outros, e também em diversas praças, escolas, auditórios do interior do Brasil. Participou de diversos festivais, como o Mirada (SESC SP), Festival de Teatro de Curitiba, Tiradentes em Cena e o ViaThea, na Alemanha.
Nina Rizzi

nina rizzi é escritora, tradutora, professora e pesquisadora das intersecções entre artes visuais, literatura e educação com enfoque em gênero, raça e classe. Formada em História pela UNESP e Mestra em Literatura Comparada pela UFC. Traduziu obras de Alejandra Pizarnik, Abi Daré, Alice Walker, bell hooks, Gayl Jones, Jacqueline Woodson, James Baldwin, Nikki Giovanni, Toni Cade Bambara, entre outres. É autora de livros como “tambores pra n’zinga”, “sereia no copo d’água”, “diáspora não é lar” e dos infantis “A melhor mãe do mundo” e “Elza, a voz do milênio”. Em 2024 foi agraciada com o Prêmio Internacional Culturas de Resistência (CoR Award).