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Coletivos de leitura dão voz a Maria Firmina dos Reis durante a 20ª Flip

Inspirada pelo legado de inclusão através da literatura de Maria Firmina dos Reis, a Flip promoveu, no início do ano, uma convocatória para que coletivos de todo o país enviassem vídeos nos quais era interpretada a obra da autora homenageada na 20ª edição da festa. 

Na quinta-feira, 24 de novembro, teve início a primeira das exibições que ocuparam o Auditório da Praça. Nesse dia, teve destaque o coletivo Corpos Indóceis e Mentes Livres, grupo de leitura da Biblioteca Comunitária do Presídio Feminino de Salvador, integrado por mulheres encarceradas. As outras leituras do dia foram realizadas pelos coletivos da Academia Inclusiva Brasiliense; Biblioteca Municipal Professor Josino Bretas; Cachoeira das Letras; além do Clube de Leitura Preta no Quilombo e o Clube de Leitura Ossos de Pássaro.

Na sexta-feira, 25 de novembro, Maria Firmina dos Reis ganhou voz através do Clube de Leitura de James Joyce em Língua Portuguesa; Clube de Prosa da Biblioteca Mário de Andrade; Clube do Livro Somos Mais Leitura; coletivos Lume Literário e Mulheres do Ler; Confraria Poética Feminina e do projeto Da Estante.

No sábado, 26 de novembro, quando chegou ao fim a primeira ação conjunta entre a Flip e coletivos de leitura do todo Brasil, se apresentaram o coletivo IBI, LiterUFRA; Mulheres Negras na Biblioteca; Querido Clássico; Ubuntu; Veredas e Bons Casmurros.

Para assistir aos vídeos transmitidos no Auditório da Praça durante a Flip, clique aqui.

Ainda no sábado, aconteceu o I Encontro de Coletivos e Clubes de Leitura, no Auditório do Areal. Sob mediação de Mariana Paim, a mesa foi composta pela jornalista e livreira, Juliana Leuenroth; pela fundadora da Livraria Baleia, Nanni Rios, e pela educadora Janine Durand.

No decorrer do painel, as participantes contaram como iniciaram seus hábitos de leitura e como esta atividade atravessava a vida de cada uma. Houve relatos enquadrados pelos laços familiares e pela leitura compartilhada e também pelo despertar da leitura desde a infância.

Outra questão pontuada pelas participantes foi o acesso aos livros e o incentivo à leitura, que os clubes e coletivos podem ajudar a desenvolver. Nesse sentido, em um contexto de pandemia de covid-19 e de enfraquecimento de políticas culturais, os coletivos e livrarias acabaram por se tornar, também, movimentos de resistência e contestação.

Quando o assunto é diversidade, as participantes realizaram um balanço quanto ao avanço na publicação e na divulgação de literatura escrita por mulheres nos últimos oito anos, desde início do movimento #ReadMoreWomen2014 proposto por Joanna Walsh. Foi ressaltada a atuação das editoras independentes nesse processo por sempre terem uma resposta ágil ao que aparece de novidade, assim como a aderência de grandes casas de publicação ao movimento.

Por fim, uma questão trazida por uma das espectadoras é a necessidade dos clubes de leitura trazerem autoras negras e livros com protagonistas negras para suas rodas. As participantes da mesa concordaram quanto à importância de mudar as estruturas sociais e reafirmaram seu compromisso com a manutenção da diversidade racial e LBTIA+ em seus coletivos.

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