Itamar Vieira Junior nasceu em Salvador, na Bahia, em 1979. Escritor, é também geógrafo e doutor em Estudos Étnicos e Africanos, com pesquisa sobre a formação de comunidades quilombolas no interior do Nordeste brasileiro, pela Universidade Federal da Bahia. Em 2018, foi vencedor do Prêmio Leya, de Portugal, com o romance Torto arado, lançado em 2019, no Brasil, pela editora Todavia. O romance, um dos maiores fenômenos editoriais brasileiros recentes, foi vencedor dos Prêmios Oceanos e Jabuti. São dele ainda as coletâneas de contos Dias (Cumurê Publicações, 2012); A oração do carrasco (Mondrongo, 2017 finalista do Prêmio Jabuti); Doramar ou a odisseia (Todavia, 2021), além do romance Salvar o fogo (Todavia, 2023).
Em Salvar o fogo, conhecemos a história de Moisés, um homem que vive com o pai Mundinho e com a irmã Luzia, em um povoado rural conhecido como Tapera do Paraguaçu, às margens do rio Paraguaçu, no interior da Bahia. Os outros irmãos estão espalhados pelo mundo. Tapera é uma comunidade de agricultores, pescadores e ceramistas de origem afro-indígenas, que vive à sombra do poder da Igreja católica — dona de um mosteiro ali construído no século 17 — e dos humores de seus religiosos, também suscetíveis à cobiça e aos desejos mais terrenos. No seu segundo romance, Vieira Junior nos apresenta uma obra a um só tempo épica e lírica sobre a força das mulheres e o poder dos laços familiares.