Débora Arruda é poeta e artista visual indígena brasileira. Os desdobramentos do seu trabalho com a arte vão desde a produção cultural à pesquisa e à atuação enquanto arte-educadora. Graduada em Letras pela UFS e mestranda em Antropologia Social pela mesma universidade, sua pesquisa como artista incita provocações para enxergar e criar mundos além da lente colonial. Nessa trajetória, os caminhos percorridos são permeados por experiências intuitivas ligadas à autoficção e ao território, colocando em questão os limites entre natureza e cidade. A sua poética transita entre literatura, performances em vídeo, fotoperformance e obras participativas.
Em A guerra do absurdo não tem fim, performance que traz à 21ª Flip, Arruda apresenta poemas-rituais que serão entoados a partir de uma discussão sobre a construção da identidade indígena. Os cantos, os rezos, as contações de histórias, as pinturas, a dança, o movimento dos corpos, a convivência em harmonia com a natureza, o alimento, a palavra e a cura são todos emaranhados pelo mesmo fio, costurados em ritual, compondo, assim, uma organicidade que não separa a arte da vida.