Por que escrever para crianças? Foi com essa provocação que o Papo Flipeiro, na Casa Flipeira, teve início no segundo dia da Festa Literária Internacional de Paraty. A responsável pela pergunta foi a mediadora Ana Carolina da Silva.
No outro lado, a resposta veio do escritor e designer Alexandre Rampazo, autor de ‘Se eu abrir esta porta agora…’, publicado pela editora Ciranda Cultural em 2023.
“Eu comecei esse processo de me entender mais quando comecei a me fazer estes questionamentos de por que escrever literatura infantil”. E seguiu: “A literatura infantil forma um cidadão pela abstração, ajuda a criança a entender como o mundo funciona e o faz se vestir como o personagem.”
Intimamente ligado à Paraty, Alexandre compartilhou, dentre muitas curiosidades, uma informação especial: o pai é paratiense e o avô morou no município fluminense anos atrás. Ele próprio é paulistano. Outra memória aponta a proximidade do escritor com a imprensa, área que transitou por muito tempo, mas abandonado para priorizar a literatura.
O pontapé para a rotina literária teve início informalmente muito cedo, na adolescência, sendo influenciado a seguir a carreira após leitura do livro ‘Cadeiras Proibidas’ (1988) do romancista Ignácio de Loyola Brandão, obra com aspecto non-sense e ligado ao realismo fantástico. “Sempre consumi muita leitura”, concluiu.
O projeto gráfico de ‘Se eu abrir esta porta agora…’ é outro aspecto defendido pelo autor como proposta narrativa. O objeto é dobrável, com ilustração imersiva; e coloca o leitor no protagonismo do texto. “Não subestime a inteligência das crianças. Às vezes é um olhar que diz tudo”.
O bate-papo finalizou com uma batalha de rima entre uma das mediadoras da Casa Flipeira, Babi Pietra, com o mediador mirim Miguel, e teve participação especial do próprio Rampazo.
Texto e fotografia: Matheus Ruffino