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Ana Flávia Martins e Sofia Mariutti cruzam literatura e profissão em bate-papo

 

As autoras Flávia Martins de Carvalho (‘Meninas sonhadoras, mulheres cientistas’) e Sofia Mariutti (‘Tem um gato no frontispício’) abriram a programação de mesas da Flipinha neste sábado, 12, com uma conversa sobre as trajetórias que os livros movimentam. 

 

“Este livro nasceu de dentro do outro. A partir das ilustrações de um outro trabalho, eu tive a ideia de outro texto. É a história da trajetória do livro, de como é feito, mas com os bichos representando cada parte do processo”, contou Sofia. 

 

Já Flávia, que é juíza, uma profissão majoritariamente masculina, “dificilmente imaginam uma mulher e ainda mais, negra”, frisou em sua fala, conta que o seu livro teve a trajetória interditada, depois de algum tempo na gaveta.

 

“Quis contar a história de mulheres que um dia foram meninas e que sonhavam, apesar do destino certo, imposto pela sociedade, e conseguiram seguir outros caminhos. Não é um livro só de mulheres famosas, eu me perguntava: será que uma professora se imagina como alguém que pode inspirar crianças? Queria falar dessas pessoas ‘comuns’ que também são grandes cientistas”, disse Flávia. 

 

Os mediadores perguntaram sobre as ilustrações, de como elas dialogam, complementam e integram o texto. Sofia defendeu a autonomia das partes: “As imagens contam uma história independente da história do texto. O texto é mais uma brincadeira de procure e ache. E a história está nas ilustrações, de como o livro é feito.”

 

Para Flávia, a questão da diversidade foi pauta importante na construção do livro. “Uma preocupação que eu tive desde o início era que não fosse um livro só de mulheres negras, porque a nossa sociedade é diversa. Também conto sobre mulheres brancas, mulheres com deficiência, mulheres indígenas, porque assim é a sociedade”.

 

Como de costume, a mesa se encerrou após abertura do microfone para perguntas da plateia. Uma jovem emocionada contou do impacto que teve ao ler o livro de Flávia, quando percebeu que tinham muitas oportunidades para as mulheres, para além do que ela tinha aprendido quando era criança. “É muito importante que as meninas de hoje saibam dessas possibilidades”, disse ela. 

 

A mediação da mesa foi feita por Rita Lima e pelo Matheus Pestana. 

 

Texto: Juliana Gola

Fotografia: Nathã Lima

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