As autoras Manuela Navas e Paula Schiavon se encontraram na mesa ‘Quando a leitura é sopro’ na tarde de sábado, 12, na Central Flipinha. A tenda lotada pôde ouvir sobre as inspirações das duas, que passaram a se dedicar à pintura e artes visuais recentemente.
“Eu sempre desenhei, desde criança, mas acabei indo pra faculdade de Direito, sem nunca deixar de lado a parte artista, trabalhando como artista plástica, pintando quadros. Em 2019, eu fui para o livro ilustrado, explorar a potência dessa narrativa visual, exatamente por essas possibilidades, em que imagem e palavra se entrelaçam”, contou Paula, autora de ‘O diário das coisas impossíveis’, publicado pela Editora Livros da Matriz.
“O livro é um diário das sutilezas do dia-a-dia, num olhar mais atento nas coisas que acontecem no caminho”, disse o mediador Luís Filipe Pôrto, que conduziu a conversa ao lado da Ana Paula Serpa, presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes de Paraty (CMDCA).
Falando da sua experiência com a poesia crítica das pinturas no livro ‘Chupim’, escrito pelo premiado escritor Itamar Vieira Junior, Manuela Navas contou que soube pós lançamento que partes da história foram modificadas depois do livro ganhar as ilustrações: “Eu tive completa liberdade para criar a partir da história do Itamar”. O livro fala sobre chupim, que é um pássaro preto visto como praga na plantação, e propõe um olhar sobre essa relação entre o homem e a natureza.
Perguntadas sobre as memórias da infância inseridas na literatura, ambas disseram que estão completamente relacionadas. “A gente carrega a infância pra sempre, ela é a nossa bagagem, e onde sempre retornamos. Neste livro trabalho muito com as lembranças que estão vinculadas ao plano das sensações. Eu gosto muito quando a imagem tem esse poder de te trazer emoções, na forma sensorial”, disse Paula.
Texto: Juliana Gola
Fotografia: Gabriel Tye
