Léonora Miano nasceu em 1973, em Douala, na costa de Camarões, onde viveu a infância e a adolescência. Em 1991, mudou-se para a França para realizar os estudos universitários, e lá ficou até 2019. Léonora vive hoje no Togo e é considerada uma das principais vozes da literatura francófona contemporânea. Sua obra é composta por romances, roteiros e ensaios, organizados em mais de vinte livros. No Brasil, foram publicados Contornos do dia que vem vindo (Pallas, 2009), premiado com o Prêmio Goncourt des Lycéens em 2006, e Estação das sombras (Pallas, 2017), vencedor dos Prêmios Femina e Gran Prix du Roman Métis em 2013. Em 2024, quando vem à Flip, serão lançados três livros da autora. Stardust (Autêntica Contemporânea) é seu primeiro romance escrito, engavetado por mais de duas décadas e finalmente disponível ao público brasileiro. O texto de teor autobiográfico narra o momento em que a escritora, acompanhada da filha recém-nascida, se estabeleceu como imigrante na França. O romance A imperatriz vermelha (Pallas, 2024), finalista do Prêmio Goncourt em 2019, imagina uma federação africana próspera e unida em uma perspectiva do panafricanismo; já A outra linguagem das mulheres (Pallas, 2024) traz um ensaio sobre a potencialidade feminina no universo africano subsaariano. Traduzida para diversos idiomas, a obra de Léonora ganhou notoriedade por suas representações de populações afroeuropeias na França, contexto a partir do qual surgem histórias que discutem, dentre outros temas, as heranças do colonialismo e como esse legado se perpetua no processo de invisibilidade das minorias.
Quem traduziu: Celina Portocarrero, Graziela Marcolin de Freitas, Dorothée de Bruchard, Carolina Selvatici e Emilie Audigier