[wpml_language_selector_widget]

Denise Col, coordenadora pedagógica do Educativo Flip, conduz roda de conversa na Casa Flipeira

A programação de abertura da Casa Flipeira, em 22 de maio de 2024, teve mediações de leitura e a participação do público e de estudantes das escolas municipais de Paraty.

Denise Col, coordenadora pedagógica do Educativo Flip, esteve na condução da roda de conversa ‘Quem é mediador de leitura?’ e trouxe provocações convidando as pessoas a dialogarem a respeito da leitura como política. Ela acredita que os movimentos da ação ‘Sementes na Escola’ (trabalho de mediação de leitura nas escolas municipais de Paraty), além das iniciativas iniciadas em março pelo Educativo Flip em colaboração com a Secretaria de Educação de Paraty, estão enraizando conceitos essenciais para o trabalho com leitura e literatura. “Esse momento de estarmos aqui celebrando a abertura da Casa Flipeira ao público em geral é representativo da nossa colheita”, declarou Denise. ”Também é uma alegria chegar nas escolas e ver as crianças reconhecendo as referências em literatura, comprovando como a partir do trabalho das professoras, dos professores e das ‘Sementes’ está estabelecido o contato de estudantes com os livros”, pontuou.

Mediadora “Semente” atenta às dinâmicas propostas na conversa, Carol Franklin lembrou que a composição do trabalho com mediação de leitura é marcada pelas diferenças. “A nossa ação no trabalho com os livros nos conecta com outros movimentos, do nosso corpo, da nossa presença nos espaços, das nossas escolhas ao nos relacionarmos no mundo”, ressaltou Carol.

A reflexão encontrou eco na fala de Vivian Faria, mediadora “Semente” convidada a conduzir na Flipinha 2023 a roda de conversa ‘MaternidadeS’, com Nina Rizzi e Rodrigo Andrade. Nina é autora do livro “A Melhor Mãe do Mundo” (Companhia das Letrinhas), ilustrado por Veridiana Scarpelli, e Rodrigo é autor ilustrador de “O que mamãe não sabe” (Caixote). “Ao receber as obras dos autores meu primeiro impulso foi de rejeição, pois me perguntei o porquê da escolha de um homem para conversar sobre maternidade”, confessou Vivian. “Então fui ler o livro do autor e refleti bastante, buscando dialogar com os meus sentimentos e com valores que eu julgava inegociáveis”. Na pesquisa e no planejamento para mediar o encontro dos autores no palco, Vivian percebeu que a identificação com a obra de Nina foi quase instantânea, ao mesmo tempo que descobria o quanto Rodrigo traz a parentalidade construída na própria infância para a literatura. “Ler é mesmo caminhar pelo universo de infinitas possibilidades”, finalizou Vivian.

Mediação de leitura e diversidade

Considerando que nossas desconstruções são muito significativas em qualquer situação de mediação, será que sempre podemos colocar as coisas em perspectiva? Ou será que existem coisas que são intoleráveis na mediação? Laura Costa de Barros, engenheira civil na Defesa Civil Municipal, acompanhou o debate e complementou: o mediador também deve estar atento para mediar conflitos. “A mediação provoca mudanças de pensamento e a nossa desconstrução, e é complexo aceitarmos nossas próprias mudanças de opinião e ideias”, disse Laura.

Denise Col ensinou que mediação tem a ver com ação, porque pressupomos que o mediador tem que agir, e ponderou que a busca do encontro e a busca da diversidade são valores imprescindíveis neste trabalho. “Uma vez que mediar é escolher, deve-se ter como objetivo ser social, não individual. Lembre-se: nas disputas entre você e o mundo, prefira o mundo. Nós buscamos incluir, escapando das situações de exclusão do status quo”.

Na bibliografia do Percurso Formativo Sementes, formação em mediação de leitura que o Educativo Flip oportuniza em Paraty desde o ano de 2021, o filósofo Jorge Larrosa aparece o tempo todo. Como ele, a coordenadora defende que as palavras fazem o mundo. “Nós não somos feitos de outra coisa, porque é a linguagem que nos move! E a leitura é experiência no sentido daquilo que toca e move sentimentos”, concluiu Denise.

Para a educadora Lissandra Brotto, que estava na Casa Flipeira, conversar sobre mediação de leitura inspira a atuação profissional e move pensamentos para a prática diária dentro e sala de aula.. “Eu acho emocionante quando o leitor se vê na perspectiva dos colegas que compartilham a mediação de leitura”, aplaudiu Lissandra..

A curadoria participativa proposta pelo Educativo Flip é parte desse movimento. Julia Schmidt, coordenadora da Casa Flipeira, ressaltou em sua fala na abertura a missão de valorizar o direito à vida e à democracia. “Escolhemos os livros com base em valores muito respeitados para construirmos um mundo mais saudável: igualdade, respeito, humanidade”. O lugar de acolhida e empoderamento remete à fogueira onde nos sentamos ao redor e alimentamos a nossa convivência. “A Casa Flipeira é espaço de efervescência cultural. Acreditamos que todo cidadão produz cultura, e todo produtor cultural pode somar na nossa atuação”, afirmou Julia. De maneira permanente, a doação de livros acontece na Casa Flipeira e aproxima a comunidade.

 

Casa Flipeira – Endereço

Av. José do Patrocínio, 93, Ilha das Cobras (na rua de acesso ao Cais de Pesca)

Funcionamento:

Terça-feira é dia de Escola na Casa, quando recebemos estudantes de escolas públicas e particulares para atividades das 9h às 17h (agendamento prévio por e-mail: gilmara.rocha@flip.org.br)

O público em geral está convidado a acompanhar a programação de quarta a sexta-feira, das 10h às 18h, e aos sábados, das 10h às 14h.

Reportagem: Débora Nobre Monteiro

Compartilhe esta notícia:

Denise Col
Casa Flipeira tem roda de conversa conduzida por Denise Col, coordenadora do Educativo Flip