Enquanto entra na reta final para definição e divulgação da data de sua 22ª edição, a Flip – Festa Literária Internacional de Paraty anuncia Ana Lima Cecilio como a curadora de 2024.
Com mais de 20 anos de trabalho no universo editorial, tendo atuado em diversas áreas, como edição, clubes do livro e curadoria literária, Ana Lima traz na bagagem uma vasta experiência que visa um olhar atento e direto ao público leitor – o que as pessoas andam lendo, que autores e obras têm mobilizado encontros e discussões. Também haverá espaço para abordar temas contemporâneos na programação, como a emergência climática.
“A trajetória de Ana Lima reflete sua paixão pela literatura, essa poderosa ferramenta para a compreensão do mundo e para a construção de pontes entre culturas, pessoas, cidade e natureza. Sua proximidade com o público leitor é um ativo importante para o trabalho como curadora da Flip”, explica Mauro Munhoz, diretor artístico da Festa.
“Depois de ter passado por editoras pequenas e grandes; trabalhar como freelancer, na comunicação, na edição, aquisição de livros, edição de texto, cuidar de tradução, fazer curadoria de clubes literários, lidando com o público, me sinto muito animada para esse momento. É como se essa experiência com a curadoria da Flip viesse coroar esses mais de 20 anos de trabalho”, define a nova curadora.
Na construção do Programa Principal dessa 22ª Flip, fenômenos recentes trazem reflexões importantes. “A grande crise da informação, alimentada pela indústria das fakenews e por jogos de poder até então inimagináveis; a urgência climática; e as conflagrações geopolíticas são alguns dos temas que terão espaço, mas não só”, destaca Ana Lima.
“Ela trará uma grande contribuição para a discussão em torno de temas importantes da contemporaneidade por meio da literatura, que inclui a fabulação. É importante jogarmos luz em assuntos críticos através da nossa experiência simbólica, manifesta na produção literária em seu campo expandido “, complementa Munhoz.
Sobre Ana Lima Cecilio
Ana Lima Cecilio é formada em Filosofia pela USP. Trabalhando há 20 anos no meio editorial, foi editora da Carambaia e do selo Biblioteca Azul, da Globo Livros, onde foi responsável por trazer ao Brasil importantes autores, como Elena Ferrante, que virou febre entre os brasileiros. Além de Samuel Beckett, Balzac, Aldous Huxley e Hilda Hilst – de quem editou ‘Fico Besta Quando Me Entendem’ e ‘Pornô Chic’. Trabalhou nos últimos anos como curadora da livraria online Dois Pontos.
Flip, o encontro da literatura com a cidade
Desde sua primeira edição, em 2003, a Flip, que foi reconhecida como Patrimônio Histórico Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro, é uma experiência única: os encontros promovidos nos cinco dias de Festa são apenas parte de uma manifestação cultural muito mais ampla. São, na verdade, fruto de uma relação que atravessa as ruas e os caminhos da cidade e da floresta de Paraty em todos os meses do ano. A cada ano, um projeto artístico, arquitetônico e urbanístico é elaborado para promover um novo encontro com o território do qual emerge. A literatura é ferramenta para criar pontes entre diversas formas de arte e conhecimento.
Ao ocupar os espaços públicos com cultura, e ao promover mecanismos de troca entre aqueles que transitam e aqueles que vivem no território, a Flip condensa uma dupla singularidade: diferencia-se de outras festas e festivais literários, da mesma forma que, ao incorporar-se no intenso calendário de comemorações populares de Paraty, reafirma essa identidade tão ímpar.
Além de reunir personalidades do mundo da cultura e literatura para conversas, palestras, lançamentos de livros, entre outras atividades, a Flip promove ações de incentivo à leitura e à formação de novos leitores com um programa educativo para crianças e jovens ao longo de todo o ano, que culmina na celebração da Flipinha e Flipzona.
Pela Flip já passaram autores das mais variadas origens, tendências e linguagens. Entre os nomes internacionais de destaque estão Svetlana Alexijevich, Toni Morrison, J. M. Coetzee, Teresa Cárdenas, Salman Rushdie, Anne Enright, Jonathan Safran Foer, Nadine Gordimer, Karl Ove Knausgård, Ian McEwan, Chimamanda Ngozi Adichie, Amós Oz, Paul B. Preciado e, mais recentemente, Annie Ernaux.
O projeto é realizado pelo Ministério da Cultura e Governo Federal com concepção da Associação Casa Azul. Conta com o benefício da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Patrocínio Master do Instituto Cultural Vale, Patrocínio Ouro do Itaú Unibanco e da CCR, Patrocínio Prata da Maqmóveis e Apoio institucional da Prefeitura de Paraty.