Em 2017, quando veio à Flip, Conceição Evaristo foi responsável por encerrar a Festa. Em companhia de Ana Maria Gonçalves, ela era a protagonista de “Amadas”, uma reconstrução de sua trajetória a partir de imagens e leituras. O encontro tinha como pretensão não apenas homenagear a autora belorizontina, mas também àquelas que a influenciaram. Naquela ocasião, o tributo a outras vozes femininas africanas e da diáspora negra – artistas e pensadoras como Angela Davis, Audre Lorde, Carolina de Jesus, Josefina Herrera, Nina Simone, Noêmia de Sousa, Odete Semedo, Paulina Chiziane e Toni Morrison – assumia os contornos de uma visita à biblioteca de Evaristo. Afinal de contas, todo escritor é um ótimo leitor. Na 19ª Flip, ela se reunirá com Alice Walker, nome que certamente figura entre as lombadas das estantes de Conceição.
Nascida em 1946, Conceição começou a despertar atenção ao publicar nos Cadernos Negros, do Quilombhoje (SP). Antes de se tornar mais conhecida no Brasil, integrou antologias e foi publicada em inglês, francês e espanhol. Depois que Olhos d’água (Pallas Editora, 2015) levou o Prêmio Jabuti, seus livros têm sido reeditados: Ponciá Vicêncio e Becos da memória (ambos pela Pallas Editora, 2017) e Insubmissas lágrimas de mulheres (Malê, 2017). No âmbito acadêmico, Conceição é mestra em literatura brasileira pela PUC-Rio e doutora em literatura comparada pela Universidade Federal Fluminense.