No auge da devastação da pandemia de Ebola na África Ocidental, enquanto um médico tenta incansavelmente tratar de seus pacientes; enquanto dois jovens estudantes se voluntariam para enterrar a imensidão corpos; enquanto uma senhora aceita receber o menino órfão que viu sua aldeia ser dizimada; um Baobá observa tudo. À medida que os retratos de horror que compõem In the company of men (ainda sem tradução no Brasil) chegam ao fim, a grande árvore é o que persiste. No mais recente livro de Véronique Tadjo, é a disparidade de experiências que gera o movimento em direção a reflexões sobre a força e a fragilidade do lugar do humano no mundo.
Véronique é filha de mãe francesa e pai marfinense. É escritora, pintora, ilustradora e acadêmica. Da vida em Adidjan, capital da Costa do Marfim, trouxe leituras que acabaram por influenciá-la tanto em aspectos líricos quanto políticos. Trata-se de uma obra extensa e diversa, que passa por romances, coletâneas de contos e livros infantis. A relação entre ela e a juventude, aliás, vai além da formação de leitores. Com os cursos de escrita criativa que oferece a adolescentes em países de língua francesa, Veronique ajuda a formar uma nova geração de escritores.