Cerimônia Guarani, Carlos Papá e Cristine Takuá
Nhe’éry (pronuncia-se nheeri) é como o povo Guarani chama a Mata Atlântica, uma denominação que revela a pluriversalidade da floresta. Segundo o ensinamento do cineasta e liderança do povo Guarani Mbya, Carlos Papá, Nhe’éry quer dizer “onde as almas se banham”. E se purificam. “Jerá” quer dizer, neste contexto, desabrochar. A Flip 2021 fala da relação entre literatura e plantas a partir de Nhe’éry. Em sua abertura, representantes do povo Guarani da região fazem uma cerimônia, com rezas e cantos, abrindo e protegendo os caminhos da Nhe’éry e dando permissão para a entrada da Flip em seu território sagrado. Tudo realizado na Praça da Matriz, onde havia uma aldeia indígena antes da fundação da cidade. Os povos originários que ali habitavam, e hoje resistem na região, voltam a ocupar, com suas palavras e rituais, o Centro Histórico. Nhe’éry Jerá será a oportunidade para a transmissão de suas orientações para o público e todas as pessoas que participam da Flip 2021.